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Andava por aí pela blogosfera quando dou de caras com este texto no Sinusite Crónica que aqui reproduzo com a devida autorização do seu autor Pedro Marques Lopes.
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Gosto de alcunhas. Sou até daqueles tipos que gostam que o tratem pela alcunha.
Percebo, porém, que há umas quantas pessoas que não apreciam especialmente as suas.
Aquelas clássicas tipo “vidrinhos”, “orelhas” ou “badocha” e que, tipicamente, são dos tempos da escola primária têm uma duração normalmente limitada e, na maioria das vezes, só são lembradas quando muitos anos passados encontramos o cidadão e, não conseguindo nós lembrar o seu nome, são nos rememoriadas pelo próprio. Nada de mais.
As piores são aquelas mais tardias, de liceu ou inicio de faculdade. Essas pegam-se que nem sarna. E quanto mais venenosas, pior.
Imagine o cidadão o meu problema. Sou rapaz de memória limitada e com uma tendência para, repito, gostar de alcunhas. A idade vai passando, vamos perdendo o contacto com muitas das pessoas com que nos fomos dando e, de repente, a descer o Chiado, encontro o “Baldinho” (diminutivo de baldinho de merda), muito bem arreado de fatinho Rosa & Teixeira acompanhado de um senhor também muito bem posto. Que lhe digo eu? Então ó Baldinho?
E que posso fazer se encontro a minha velha amiga “Macinstosh” (homenageada em função dum acto sexual que muito apreciava e que rimava com o nome de um computador) com os seus três filhos e o seu sisudo marido? Hum?
Não é por mal. Tratá-los pelos nomes do Bilhete de Identidade seria como chamar elefante a um gafanhoto.
Prefiro mil vezes fingir que não os vejo do que fazer aquela típica cena ridícula que é dar um abraço meio forçado e lhes perguntar ao ouvido: “Ó Chichi, como é que te chamas agora?”
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