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Para começar vou-me explicar. Eu escrevo contas à moda do porto (com minúscula) porque me ensinaram, há muito tempo (era eu pequenino), que este modo de pagar as contas, dividindo o total por todos, era utilizado pelos marinheiros quandos chegavam aos portos marítimos. Ou seja, não tem nada que ver com o Porto, cidade, mas tão sómente com a simplificação da forma de pagamento de dívidas que, está-se mesmo a calcular, deveriam dizer respeito a umas belas "copanzadas" bebidas por homens do mar sequiosos de amor, bjecas e outros licores. E que, no meio da festa, já não se lembrariam bem se tinham emborcado 7 ou 8 doses e, assim, resolviam o problema facilmente, sem ser ao estalo.

Mas isto vem a propósito de um comentário do nosso "pastilhista-mentor", feito na "posta" Conjuntamente, em que refere que o obrigam a pagar impostos altos, e eu concordo com ele e também pago.

Aquilo que ele escreveu fez-me pensar no que andamos a pagar e concluí que, além dos impostos, neste momento e só no caso do BPN, cada um de nós, Portugueses, seja novo ou velho, recém nascido ou com os pés para a cova, mulher ou homem, adolescente ou adulto, gordo ou magro, bonito ou feio, velhaco ou dançarino, gatuno ou honesto, político ou colador de cartazes, bombeiro ou professor ou de qualquer outra profissão, já pagou, mesmo que indirectamente, 180 € em contas à moda do porto para tapar o buraco do banco (que era apenas um banquinho, segundo dizem). Já avaliaram quanto é que pagaram só em vossa casa pelas imparidades que não foram fiscalizadas no momento certo? É só fazer as contas....e, recordo-me agora, também não sei quanto nos custaram as canetas de prata com que assinaram o tratado de Lisboa, mas que alguém pagou, pagou e não deve ter sido do bolso dele.

E, para mim, não vence a afirmação do ministro das finanças ao dizer que no BPN não foi aplicado dinheiro dos contribuintes. Então o dinheiro da CGD não é do Estado Português? Sendo assim, porque já não estamos no tempo de Luís XIV, com o seu - l'État c'est moi - teremos que o dinheiro é de todos nós, contribuintes de impostos altos, como refere JP, no seu comentário. Quanto muito, e acredito nisso, não foi utilizado dinheiro do Orçamento de Estado.

A terminar, apetece-me parafrasear o famoso "Ó Evaristo, tens cá disto?". Claro, com menos graça, mas com alguma raiva por me sentir lesado e desconfiado dos poderes públicos - "Ó Oliveira já me foste à carteira!".