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A minha relação com os cães foi sempre intensa apesar de nunca ter sido um daqueles “donos” obcecados com o(a) “menino(a)”.

A minha aventura com estes adoráveis bichinhos começa por volta dos meus 5 anos.
Nessa altura morava com os meus avós em Anadia, num belo dia o meu avô ensina-me a dominar um cão, “se algum te atacar tentas agarrar com força no focinho para evitar que te morda”.

Confiante fui ao talho com a minha avó e lá estava a primeira vítima, tinha então um problema para resolver… o cão devia atacar-me… devo ter feito alguma porque após as tradicionais festinhas o Pincher (todos sabemos que estes cães são lixados) tenta abocanhar-me… mas eu tinha uma nova técnica e com a minha mãozinha de 5 anos aperto-lhe o quase inexistente focinho... depois fui para o hospital levar uma bácina na dúvida se a valente mordedela nos dedos traria problemas ou não.
Foi o primeiro cão da minha vida.

O segundo já lhe conheci o nome na vez dos dentes, o Malhado, também em Anadia este rafeiro era alimentado com os habituais restos lá de casa, o Malhado ia diariamente com a minha avó buscar-me ao colégio das freiras, diz-me ela que às vezes o cão não a acompanhava até ao colégio… já lá estava à espera… na hora habitual… depois regressávamos os três até casa.

Alguns anos depois os meus pais regressam de Moçambique e com eles uma Chiwawa branquinha chamada Bubu que tinha uns olhos que mais pareciam papa-mundos*, era já velhinha e nunca foi muito à bola com a minha pessoa pois era habitual ver-lhe os dentes... sem nunca por a mãozinha.

O 4º cão, o Pluto, é talvez o mais intenso da minha vida, tudo começa pela escolha do nome um belo episódio de família em que o meu pai resolve acabar com todas as restantes hipóteses (sinceramente não me lembro quais as restantes) com um… “acabou-se vai chamar-se Pluto”… adorámos.
O Pluto foi o companheiro das aventuras de criança e ia para todo o lado connosco, às vezes até era incómodo pois queríamos ir para a escola e lá vinha ele atrás… éramos forçados a despistá-lo… subíamos um muro alto que dava para outra estrada e lá ficava ele impotente a olhar… dávamos a volta e já na mesma rua mas mais à frente espreitávamos com muito cuidado e lá estava ele sentado e frustrado continuando a olhar para referido muro.

Uma história que o meu pai conta é a de um cliente habitual do nosso café que trazia-lhe sempre comida (tipo restos de torresmos… de presunto), esse Sr. adoeceu gravemente e já na fase terminal foi internado no hospital de V.F.X., o meu pai e outros amigos foram visitá-lo e adivinhem quem apareceu no quarto do hospital… o Pluto… foi visitá-lo também e claro foi a choradeira geral entre homens amigos.

Teve uma morte estúpida, enforcado, de noite ficava preso com uma trela comprida e dessa vez por algum motivo subiu ao muro que não imaginávamos que conseguisse e caiu para o outro lado… soubemos na manhã seguinte.

O segundo cão mais famoso do bairro do Bom-Retiro era o Colhão Malhado digamos que era o David Bowie dos cães só que na vez de ter um olho de cada cor tinha 2 sacos de batatas de cada cor agarrados ao pénis, numa brincadeira estúpida de Carnaval colocaram-lhe uma bombinha no rabo e acenderam… não sei qual foi o estúpido resultado mas fico por aqui.

Anos mais tarde e já em Aveiro aparece-me na minha vida o Baltasar um pastor alemão da Soraia e posteriormente a Cocas, uma caniche branquinha das pequenas que por algum motivo gostava mais dos pés do meu irmão Nuno do que de mim.

Já mais recentemente os nossos Bóris que a primeira coisa que fez foi uma diarreia de 10lts no meu carro que 8 anos depois ainda me lembro do odor, o Lord e a Luna e agora a nova estrela o Balu.
Estes estão todos vivinhos da Silva pelo que não há lugar a retrospectivas.

* Os papa-mundos para quem não sabe são uns berlindes mas não os berlindes de tamanho normal são aqueles grandalhões quase do tamanho das bolas de ping-pong.
Há também um tal Sushi que não é mais do que o substituto da Cocas e que reservo-lhe apenas esta mísera nota de rodapé porque já me cravou os dentes na minha mãozinha… és um palerma oh… Sushi!?
Sushi? Eu nem gosto de sushi.