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Já que estamos em plena crise financeira por que não falar de bancos? E falar principalmente daquilo que fazem ao NOSSO dinheiro.

Aqui há uns anos atrás comecei a ver a minha conta bancária a ser reduzida, de tempos a tempos, de uma quantia que indicava – despesas de manutenção. Comecei logo a imaginar que os Bancos, como são muito limpinhos e asseados, tinham contratado funcionários para escovarem as moedas e passarem as notas a ferro, porque não queriam coisas sujas lá dentro, nada que conspurcasse a sua bela imagem. Sem perceber muito bem porquê fui deixando que me fizessem esse pequeno rombo na conta.

E fui perguntando aqui e ali, para ver se encontrava alguém que fizesse esse trabalho e que me explicasse como é que o executavam. Se não fosse difícil, até eu que sou forreta, em casa, faria isso e, assim, o Banco não me descontava nada pois o trabalho já ia feito. Até, pensava eu, poderia ser ao contrário - quando as moedas e as notas fossem entregues com a manutenção concluída, pagavam-me a mim esse trabalho. E era assim que devia ser porque poupávamos mão-de-obra ao Banco e ainda ganhávamos qualquer coisita. Até podíamos exigir dos nossos patrões, na próxima revisão salarial, que o dinheiro fosse limpinho para o Banco, senão passaríamos a querer receber em cash, dentro de envelopes, como era antigamente.

Mas não, nunca encontrei ninguém que tivesse essa actividade profissional. Daí que ande agora às avessas com o meu Banco porque não quero que me descontem esse dinheiro, já que não fazem limpeza nenhuma. Ainda mais quando ouvi dizer que as lavagens de dinheiro são feitas em off-shores. Então se vão para o estrangeiro com o vil metal, os estrangeiros que paguem essas despesas. Ainda aceito pagar algum se tiver de levar dinheiro para uma viagem turística para Palma ou Ibiza, ou assim uma terra dessas, porque não quero que os Portugueses fiquem mal vistos lá fora e desejo ir asseado como os outros.

E sabem o que me espanta? É que nós, os Portugueses, falamos dos treinadores da selecção, das “tias” das revistas, mas não refilamos contra essas investidas ao nosso património financeiro. Ou, então, eu nunca encontro ninguém que me faça companhia na reclamação. Querem ler o que me escreve a DECO? É legal, desde que esteja afixado no preçário! Bolas, gentes, o guito é nosso! Despesas de quê? De o terem lá? Ah! Mas quando desaparecem uns milhões voltam-nos a ir ao bolso com o dinheiro dos impostos e da CGD, para evitar desacreditar o sistema. E, já pensaram bem? De certeza que esses milhões mal parados são em valor superior àquilo que o Banco recebe dessas despesas que cobra a todos.

Então se é nesses off-shores que se faz parte da lavagem de dinheiro e isso, parece-me, não é bom porque só é usado quando o dinheiro está muito sujo, por que é que os Estados não acabam com isso? Será que dá jeito a alguém com poder?